A osteoporose é uma doença metabólica crônica caracterizada pela redução da densidade óssea e alterações na microarquitetura do tecido ósseo, resultando em ossos mais frágeis e propensos a fraturas.
Essa doença é considerada um problema de saúde pública, especialmente em idosos, devido ao seu impacto na morbidade (medida que mostra o número de pessoas que adoecem em um determinado período e local), mortalidade e na qualidade de vida dos pacientes.
Os ossos estão em constante remodelação, um processo que envolve a reabsorção óssea, realizada pelas células chamadas osteoclastos, e a formação óssea, mediada por osteoblastos.
Na osteoporose, ocorre um desequilíbrio nesse processo, com aumento da atividade dos osteoclastos e/ou diminuição da atividade dos osteoblastos, levando à perda de massa óssea. Isso resulta em uma diminuição da densidade mineral óssea (DMO) e na fragilidade esquelética.
A densidade óssea é influenciada por diversos fatores, incluindo o pico de massa óssea alcançado na juventude, que é determinado geneticamente e pelos hábitos de vida, como por exemplo: a ingestão adequada de cálcio e vitamina D, atividade física, e o equilíbrio hormonal.
A osteoporose é mais comum em mulheres após a menopausa devido à diminuição dos níveis de estrogênio, hormônio que tem papel protetor na manutenção da densidade óssea. Nos homens, a osteoporose também pode ocorrer, geralmente associada a outras condições, como hipogonadismo, uso prolongado de medicamentos corticosteroides, ou outras doenças crônicas.
A osteoporose é uma doença prevalente, especialmente em mulheres após os 50 anos. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens com mais de 50 anos sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida. Fraturas de quadril, coluna e punho são as mais comuns e estão associadas a uma significativa morbidade e mortalidade, principalmente em idosos.
Diagnóstico
O diagnóstico da osteoporose é geralmente feito através do exame de densitometria óssea, que mede a densidade mineral óssea (DMO). A OMS define a osteoporose com base no valor do T-score, uma medida que compara a densidade óssea do paciente com a de um adulto jovem saudável.
Um T-score menor ou igual a -2,5 indica osteoporose, enquanto valores entre -1,0 e -2,5 indicam osteopenia, um estado de baixa densidade óssea que precede a osteoporose.
Além da densitometria, a avaliação do risco de fraturas pode ser feita utilizando ferramentas como o FRAX (Ferramenta de Avaliação do Risco de Fratura), que considera diversos fatores, incluindo idade, sexo, histórico de fraturas, tabagismo, consumo de álcool, e doenças associadas.
Tratamento e Prevenção
O tratamento da osteoporose visa reduzir o risco de fraturas, melhorar a densidade óssea e aliviar sintomas como dor crônica. Veja abaixo as principais abordagens terapêuticas:
- Modificações no Estilo de Vida: Incluir a prática regular de atividade física (especialmente exercícios com peso e resistência), uma dieta rica em cálcio e vitamina D, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool.
- Suplementação: Suplementação de cálcio e vitamina D é indicada para indivíduos com ingestão insuficiente, principalmente idosos, para manter níveis adequados de minerais necessários para a saúde dos ossos.
- Terapia Farmacológica: Inclui medicamentos que aumentam a formação óssea ou diminuem a reabsorção óssea. Os bifosfonatos (como alendronato e risedronato) são comumente prescritos, assim como o denosumabe, um anticorpo monoclonal que inibe a atividade dos osteoclastos. Outros tratamentos incluem moduladores seletivos dos receptores de estrogênio (SERMs), hormônio paratireoideano (teriparatida) e romosozumabe, que estimula a formação óssea.
- Monitoramento: A densitometria óssea periódica é recomendada para monitorar a eficácia do tratamento e ajustar intervenções terapêuticas conforme necessário.
Conclusão
A osteoporose é uma doença complexa e multifatorial que representa um importante desafio para a saúde pública devido à sua alta prevalência e às consequências das fraturas associadas.
A prevenção é fundamental, envolvendo medidas como a manutenção de um estilo de vida saudável, a ingestão adequada de nutrientes essenciais para a saúde óssea e o diagnóstico precoce em grupos de risco.
O tratamento adequado pode reduzir significativamente o risco de fraturas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Por isso, busque um médico especialista para uma avaliação completa e início de um tratamento adequado.
Dr. Fellipe Takatsu | CRM SP 157307/ RQE: 61862
Médico ortopedista
Referência:
Organização Mundial da Saúde. “Prevention and management of osteoporosis.” WHO, 2003.
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. “Osteoporose: diagnóstico, tratamento e prevenção.”