Lesões esportivas são danos que ocorrem em ossos, músculos, articulações e ligamentos durante a prática de atividades físicas.
Leia o conteúdo e entenda os principais sintomas, tipos de tratamento e como se prevenir!
As lesões esportivas afetam tanto atletas profissionais quanto amadores e com o aumento das pesquisas e descobertas científicas sobre desempenho, ganho de performance, preparo físico e aumento da intensidade do treinamento, estamos vivenciando também um aumento da incidência de lesões relacionadas ao esporte.
Tomando como exemplo o futebol, um dos esportes mais praticados no Brasil, temos 86% de lesões acometendo os membros inferiores, sendo 38% na região da coxa, 15% no joelho, 10% no quadril/virilha e 10% no tornozelo.
As lesões esportivas apresentam uma ampla gama de diagnósticos, sendo possível observar rupturas/estiramentos musculares, tendinites, entorse e lesão ligamentar, hematomas, lesão de meniscos e cartilagens articulares, luxações, fraturas e etc.
Sintomas
Os sintomas das lesões esportivas podem variar de acordo com o tipo e grau da lesão, mas geralmente incluem:
- Dor, que pode ser leve ou grave
- Inchaço ou edema
- Calor na região afetada
- Sensibilidade ao toque
- Hematomas
- Perda de amplitude de movimento
- Perda de força
- Fadiga
- Queda do desempenho esportivo
Tratamento das lesões relacionadas ao esporte
O tratamento eficaz dessas lesões é fundamental para garantir uma recuperação rápida e segura, evitando a recorrência e preservando o desempenho atlético. Temos diversas opções dentre os métodos terapêuticos, que são definidos individualmente e com o auxílio do paciente, levando em consideração a expectativa de retorno às atividades e nível de desempenho prévio.
As principais abordagens nas lesões esportivas se apresentam a seguir:
1. Métodos Conservadores
O tratamento conservador é a primeira linha de abordagem para a maioria das lesões esportivas. Dentro dessa categoria, o protocolo PRICE (Proteção, Repouso, Gelo, Compressão e Elevação) é amplamente utilizado em lesões agudas, como entorses, distensões musculares e contusões. O que cada um significa:
- Proteção: Visa prevenir uma lesão adicional, reduzindo o movimento e protegendo a área afetada. Muitas vezes, isso envolve o uso de talas, bandagens ou imobilizações.
- Repouso: É essencial para permitir a cicatrização dos tecidos lesionados. No entanto, o repouso deve ser dosado, pois a imobilização prolongada pode resultar em perda de massa muscular e mobilidade articular.
- Gelo: A crioterapia é eficaz em reduzir a dor e o edema nas fases iniciais da lesão. O resfriamento local contribui para a diminuição do fluxo sanguíneo, reduzindo a inflamação e o inchaço.
- Compressão e Elevação: A compressão com bandagens elásticas ajuda a controlar o edema e o sangramento interno. A elevação da área afetada acima do nível do coração também auxilia na drenagem de fluidos e na redução do inchaço.
Além do protocolo PRICE, o uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) pode ser recomendado para o controle da dor e inflamação. Em lesões crônicas, como tendinopatias, a terapia com ultrassom, laser e ondas de choque têm se mostrado eficazes em promover a cicatrização tecidual.
2. Intervenções Cirúrgicas
Em casos de lesões graves, como rupturas ligamentares completas, fraturas complexas e lesões de cartilagem, o tratamento cirúrgico pode ser necessário. A cirurgia visa restaurar a anatomia e a função das estruturas lesionadas, possibilitando uma reabilitação mais eficaz.
Procedimentos como a reconstrução do ligamento cruzado anterior (LCA) em lesões de joelho ou a fixação de fraturas por meio de placas e parafusos são exemplos de intervenções que requerem planejamento cuidadoso e posterior reabilitação. A decisão pela cirurgia depende de diversos fatores, incluindo o tipo e gravidade da lesão, idade do atleta, nível de atividade e os objetivos do tratamento.
3. Reabilitação
A reabilitação é um componente crítico do tratamento das lesões esportivas, independentemente de a abordagem inicial ter sido conservadora ou cirúrgica. O processo de reabilitação é multifásico e envolve:
- Controle da dor e inflamação: Fase inicial focada no alívio da dor e na redução do edema por meio de técnicas como crioterapia, eletroterapia e terapia manual.
- Recuperação da amplitude de movimento: O restabelecimento da mobilidade articular é crucial para prevenir rigidez e contraturas. Exercícios de alongamento e mobilização articular são aplicados de forma gradual.
- Fortalecimento muscular: A perda de força é comum após uma lesão, especialmente devido ao repouso. Programas de fortalecimento progressivo visam restabelecer a força e a resistência musculares.
- Propriocepção e equilíbrio: A perda da propriocepção pode levar a um risco aumentado de nova lesão. Portanto, exercícios de equilíbrio e coordenação são incorporados na reabilitação para aprimorar a resposta neuromuscular.
- Retorno ao esporte: Esta etapa final requer um planejamento detalhado, incluindo exercícios específicos para o esporte praticado e a realização de testes funcionais que avaliem a prontidão do atleta para retornar às atividades físicas.
Conclusão
O tratamento das lesões esportivas é um processo complexo que requer uma abordagem multidisciplinar. A escolha da intervenção adequada depende do tipo de lesão, sua gravidade e as necessidades individuais do atleta. Métodos conservadores, intervenções cirúrgicas e a reabilitação são pilares fundamentais no manejo dessas lesões. Um tratamento bem conduzido é essencial não apenas para a recuperação, mas também para prevenir recidivas e preservar o desempenho atlético a longo prazo. A integração entre profissionais da saúde, incluindo médicos, fisioterapeutas e preparadores físicos, é vital para um plano de tratamento bem-sucedido.
Se após ler esse texto você se identificou com algum desses sintomas, entre em contato e agende sua consulta.
Referências:
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